
Se perguntarmos aos jovens de hoje em dia o que é ser “hippie”, a grande maioria alegará desconhecimento e poucos, na qualidade de estudiosos, dirão que foi um movimento nascido na década de 1960 e que teve com centro o lema “Paz e Amor” e “É proibido proibir”. Pregavam liberdade da mulher, a pílula, “sexo, drogas e rock in roll”. Alguns desavisados chegam a pensar que ser hippie era adotar um estilo de moda e mais nada. Porém este movimento foi além desta visão simplista e distorcida sobre aquela geração.
Mas, se voltarmos exatamente ao ano de 1968, vamos entender um pouco de como e porquê surgiu o movimento hippie, o porquê das roupas estampadas e coloridas, o modo de pensamento e outras características desse movimento.
No ano de 1968, mais conhecido como o ano que não terminou, aconteceram fatos que marcaram a história mundial. Foi o ano que surgiu a rebeldia dos jovens que lutavam por um mundo melhor e mais livre. Foi quando surgiu o movimento estudantil que contestava a sociedade e seus costumes, as guerras, a economia de mercado, os sistemas de governos totalitários, a falta de liberdade da mulher, dos jovens, etc.
O movimento e a cultura hippie nasceram nos EUA e se espalharam pelo mundo. Eram jovens com alto poder aquisitivo e escolarizados que não aceitavam as injustiças e desigualdades, eram impacientes e não aceitavam o estilo de vida que a sociedade estabelecia. Eles adotaram esse estilo com o lema “Paz e Amor”. Deixaram o conforto da sociedade para viver em comunidades perto da natureza. Deixavam o capitalismo de lado e tomavam decisões em conjunto. Ninguém comprava nada de ninguém. Eram feitas trocas entre os moradores das comunidades.
Eles defendiam o amor livre e a não-violência e adotaram religiões como budismo e hinduismo e outras que estavam em desacordo com os valores tradicionais da classe média. A meditação e o incenso eram muito utilizados na cultura hippie. Eram símbolos quase religiosos, os hippies eram contra todas as guerras e defendiam o “amor livre”, que significa amar o próximo.
O estilo ficou marcado pelas roupas coloridas, estampadas e fazia alusão aos símbolos do movimento: paz e amor, além de flores e motivos orientais. Cabelos longos em ambos sexos, calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana, sandálias, túnicas.
Muitas pessoas que não eram a favor do movimento hippie achavam uma ofensa homens com cabelos grandes, pois consideravam coisa de mulher e anti-higiênico. Eles utilizavam drogas livremente como maconha, LSD, heroína e cocaína. Adotaram o prazer livre, seja físico, sexual, intelectual, ou tecnológico.
Os tipos de músicas que ouviam sempre tinham uma mensagem, seja defendendo a cultura deles ou criticando a sociedade. No Brasil, escutava-se muito Raul Seixas, Mutantes, Beatles e Bob Dylan. Aconteciam grandes festivais que atraíam vários jovens, que além de se divertirem debatiam idéias. Esses festivais começaram a crescer tanto que foram proibidos em alguns lugares.
Os hippies acreditavam que poderiam mudar o mundo levando sua filosofia de paz e amor. De uma certa forma, mudaram, pois até hoje existem pessoas que aderem à cultura hippie e levam essa filosofia para o mundo. Aliás, os jovens de hoje não sabem o quanto foi importante o movimento hippie. Aqueles cabeludos ajudaram de uma certa forma a mudar a visão do mundo em relação a desigualdade social e à luta contra a guerra.
Um autor desconhecido nos legou o seguinte pensamento sobre este movimento: “Para ser um hippie você deve acreditar na paz como a maneira resolver diferenças entre povos, ideologias e religiões. A maneira à paz é com o amor e a tolerância. Amar significa a aceitação de outra enquanto é, dar-lhe a liberdade para expressar-se e não os julgar baseados em aparências. Este é o núcleo da filosofia do hippie”.
Uma excelente dica para se assistir é o filme “HAIR”, uma obra fantástica sobre este tema.
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